sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
FLOR DE SAGITÁRIO
Amiga e musa.
domingo, 12 de dezembro de 2010
Perda difícil
e o medo de uma nova gravidez
Por Camila Silveira
Apesar de ser relativamente comum, já que, segundo especialistas, ocorre em 15% das gestações, o aborto espontâneo é uma experiência delicada que pode abalar o lado emocional da mulher. Em alguns casos, ela pode desenvolver um certo receio em engravidar novamente ou então de contar para as pessoas sobre uma nova gravidez. Além disso, a situação pode desencadear alguns quadros depressivos.
"O aborto espontâneo pode ter várias causas, sendo que a mais comum é embrionária, ou seja, alterações cromossômicas do embrião. Existe também o fator hormonal, uma ocorrência chamada Insuficiência de Corpo Lúteo, que é quando o feto não encontra progesterona e estrógeno suficientes para se instalar", diz o ginecologista, especialista em medicina reprodutiva e diretor do Fertility (Centro de Fertilização Assistida), Assumpto Iaconelli.
Segundo Iaconelli, esse problema ocorre com mais frequência até a 12ª semana de gestação. "Quanto mais tardio, mais raro é o abortamento. Depois desse período, as causas geralmente são outras, como diabetes, hipertensão, enfim, alguma patologia mais ligada à gravidez do que ao embrião", explica. O especialista diz que esse tipo de aborto praticamente não traz riscos, pois não houve manipulação intrauterina, diferente daqueles que são provocados.
Superando o trauma
De acordo com a psicóloga Maria Cristina Capobianco, cada pessoa vai lidar com esse momento de forma diferente. As reações vão ser influenciadas pela história de vida e da estrutura familiar da mulher. "O momento também vai influenciar muito. Se ela tem uma boa estrutura, se está feliz, se tem uma relação estável. São vários os fatores que determinam o comportamento da mulher diante do ocorrido", explica.
Para se defender, segundo a psicóloga, algumas pessoas negam completamente qualquer perda, como se nada tivesse acontecido. "Aparentemente, parece que ela nem está sentindo nada, mas, muitas vezes, isso não é um bem-estar, mas somente uma defesa. Provavelmente, está sofrendo muito", diz. Para Maria, a reação mais natural é uma certa tristeza, mas isso depende muito também do período da gestação, pois quanto mais tempo, maior a ligação com o futuro bebê.
A especialista explica que é importante passar pelo luto e ficar um pouco deprimida, uma vez que na sociedade moderna, muitas vezes, os conflitos não são enfrentados. "É interessante fazer terapia para ter consciência de todos os mecanismos do inconsciente. Caso contrário, a pessoa pode ter mais dificuldade para engravidar por medo de perder. O acompanhamento de um psicólogo é necessário para não causar mais estragos", afirma.
Sem culpa
Outro sentimento que é recorrente nos casos de aborto espontâneo é a culpa. Diferente dos outros tipos de perda, muitas vezes, a mulher sente-se culpada pelo ocorrido. "O tema da culpa é muito comum e constante, independente do caso. É como se ela tivesse feito algo de negativo em algum momento e estivesse sendo castigada por isso", afirma o psicólogo Paulo Tessarioli. Nesse contexto, a perda é vista como uma condenação por ela.
Geralmente, esse assunto é trabalhado muito mal por todos os envolvidos e se transforma praticamente em um segredo. "Torna-se um tema que não vem à tona e que não é discutido. Ninguém fala sobre o que aconteceu. Esse comportamento já reforça a sensação de culpa. Todos precisam de um preparo emocional para lidar com essa questão", diz Tessarioli.
Para enfrentar a situação, o indicado é um acompanhamento psicoterápico, pois, caso contrário, qualquer gravidez posterior pode ser um trauma. "O aborto pode se tornar um fantasma na vida da pessoa. Uma mulher que passou por essa experiência pode colocar o assunto em uma "caixa" e jogar a chave fora, mas mais cedo ou mais tarde isso pode vir à tona e aparecer em situações do cotidiano", alerta.
Acompanhamento terapêutico
Assim, para o especialista, o primeiro passo é procurar ajuda. Depois, é necessário falar sobre o assunto. "O aborto espontâneo não trabalhado pode ser condição para o surgimento de uma depressão. Ela pode ter um quadro depressivo antes, durante e depois da gravidez. Por isso, o luto é necessário para a superação da perda, até para aqueles que acontecem nas primeiras semanas de gestação, pois não deixam de ser a morte de um sonho", diz.
Depois do impacto emocional e de atingir a aceitação, a mulher pode engravidar novamente sem receios. "O problema dessas experiências traumáticas é quando elas impactam a vida de tal forma que prejudicam o presente e inviabilizam o futuro. Essa é a medida para saber se algo precisa ser trabalhado emocionalmente. Quando você nota que algo não ficou no passado, é preciso olhar para a situação", constata.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
domingo, 5 de dezembro de 2010
MULHER EM VERSO E PROSA
"Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça". A poesia de Vinicius de Morais e Tom Jobim, ícones da música popular brasileira nos remete a um de tipo de produção artística que exalta as qualidades do gênero feminino. A mulher elogiada, cortejada, romantizada, amada. Linda, mais que demais, você é linda sim (canta Caetano).
Infelizmente, estamos vivenciando um momento muito trágico, chulo e agressivo no âmbito da cultura e na forma como as mulheres são retratadas. Nos bailes funks, o feminino foi transformado em frutas, verduras, uma grande feira com mulher melancia, mamão, melão, abacaxi, jaca, cenoura, batata...
O forró eletrônico (hollywoodiano) incorpora nas suas apresentações, balé circense especializado em estimular a produção de testosterona em suas coreografias, mantendo aquele velho estereótipo da mulher objeto. O pagode tem a capacidade de criar uma anti-poesia, uma anti-prosa que humilha e rebaixa a mulher chamando-a de coisas tão horríveis que não é interessante reproduzir essas frases preconceituosas.
A mulher nos últimos cinquenta anos vem ocupando espaços e modificando sua representação social. A famosa Amélia que tinha um papel de gerenciar a casa e depender das finanças do marido, já contrasta com uma mulher que se insere no mercado de trabalho, é independente financeiramente e atua no mundo político com muito destaque. No próximo ano (2010), teremos três mulheres candidatas á presidência da república, isso é muito significativo.
Nesse sentido, algumas questões devem ser discutidas como: por que esse modelo de feminino não é retratado por esses "músicos", "poetas"? por que a necessidade de ferir o feminino? Será que a mulher é problema para essa gente?
Sabemos que existem artistas, poetas, agitadores culturais, comprometidos com um trabalho que valoriza e respeita a dignidade humana, mas esse povo não aparece para as multidões, não entra na pauta da ração dominical que tem a necessidade de reafirmar o ridículo e o superficial.
Quem perde com tudo isso somos nós e principalmente as mulheres que são maltratadas e ridicularizadas com tudo que vai sendo criado para tentar desconstruir uma história e uma imagem do feminino que foi conquistada com muita luta.. Esse palavreado grosseiro e essa visão tacanha e limitada precisa ser combatida.
O verso e a prosa em torno do gênero feminino devem pautar a sua beleza, o seu encanto e a sua mágica para conquistar os seus sonhos e viver a vida. E como canta Benito: "Agora chegou a vez, vou cantar, mulher brasileira em primeiro lugar", "mulher brasileira é feita de amor".
http://textolivre.com.br/livre/19395-mulher-em-verso-e-prosa
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Madre Teresa de Calcutá
"Não ame pela beleza, pois um dia ela acaba. Não ame por admiracão, pois um dia você se decepciona. Ame apenas, pois o tempo nunca pode acabar com um amor sem explicação."
"O dever é uma coisa muito pessoal; decorre da necessidade de se entrar em ação, e não da necessidade de insistir com os outros para que façam qualquer coisa."
"Não sou nada; sou apenas um instrumento, um pequeno lápis nas mãos do Senhor, com o qual Ele escreve aquilo que deseja. Por mais imperfeitos que sejamos, Ele escreve magnificamente."
"Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz."
"A falta de amor é a maior de todas as pobrezas."
"Um coração feliz é o resultado inevitável de um coração ardente de amor."
"Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota."
"Todas as nossas palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração. As palavras que não dão luz aumentam a escuridão."
"Muitas vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas. Perdoe-as assim mesmo! Se você é gentil, podem acusá-lo de egoísta, interesseiro. Seja gentil assim mesmo! Se você é um vencedor terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros. Vença assim mesmo! Se você é bondoso e franco poderão enganá-lo. Seja bondoso e franco assim mesmo! O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para a outra. Construa assim mesmo! Se você tem paz e é feliz, poderão sentir inveja. Seja feliz assim mesmo! O bem que você faz hoje, poderão esquecê-lo amanhã. Faça o bem assim mesmo! Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante. Dê o melhor de você assim mesmo! Veja você que, no final das contas é entre você e Deus. Nunca foi entre você e os outros!"
(Madre Teresa de Calcutá)
Prêmio Nobel da Paz em 1979, Madre Teresa de Calcutá foi uma das mulheres mais extraordinária que já existiu. Seu verdadeiro nome, Agnes Gonxha Bojaxhiu. Mas o que é um nome perante a grandeza esta mulher. Fizeram-na santa, por apenas seguir o seu caminho, o próprio coração...
Aos 13 anos, ouviu um jesuíta que era missionário na Índia dizer: “Cada qual em sua vida deve seguir seu próprio caminho”. Tais palavras a impressionaram e se determinou a dar um sentido à sua vida, a entregar-se a serviço dos outros: fazer-se missionária. E já nesta idade procurou o referido jesuíta para saber como fazer isso, ao que o prudente homem respondeu que aguardasse a confirmação do tempo e da “voz de Deus”.
Se você ainda não conhece esta mulher, já está na hora de conhecê-la.
documentarioz | 21 dez. 2009
NOLEDICOES | 4 abr.2008
A vida
A vida é uma oportunidade, aproveita-a.
A vida é beleza, admira-a.
A vida é beatificação, saborei-a.
A vida é sonho, torna-o realidade.
A vida é um desafio, enfrenta-o.
A vida é um dever, cumpre-o.
A vida é um jogo, joga-o.
A vida é preciosa, cuida-a.
A vida é riqueza, conserva-a.
A vida é amor, goza-a. A vida é um mistério, desvela-o.
A vida é promessa, cumpre-a.
A vida é tristeza, supera-a.
A vida é um hino, canta-o.
A vida é um combate, aceita-o.
A vida é tragédia, domina-a.
A vida é aventura, afronta-a.
A vida é felicidade, merece-a.
A vida é a VIDA, defende-a.
(Madre Teresa de Calcutá)
BIBLIOGRAFIA
Oslo, Noruega. Num ambiente de luxo, Madre Teresa se apresenta como de costume, com seu simples sari. Está ali para receber o Prêmio Nobel da Paz. "Em nome dos pobres", ela insiste. Insiste também para que o tradicional banquete seja cancelado e o dinheiro, doado para quem realmente precisa de alimento. O coração da mãe dos pobres não é de Oslo. Madre Teresa é de Calcutá.
EditoraSalesiana
Autor: JAQUELINE LEMOS
ISBN: 8575471619
Origem: Nacional
Ano: 2006
A obra de Gloria Germani que ora se publica, mais do que uma biografia é um estudo sobre a mística vivida conscientemente por Madre Teresa de Calcutá, em continuidade com a tradição mística cristã e em diálogo com o hinduísmo. O fato de Teresa de Calcutá, albanesa de origem, religiosa na Inglaterra, transferida para a Índia como professora, ter aí florescido em santidade no serviço dos pobres, depois de haver rompido os laços com sua congregação ocidental e assumido a cultura hindu, não deixa de ter uma significação profunda para a Igreja, nesse início de milênio.
Madre Teresa, por ocasião de sua morte, em 13 de setembro de 1997, teve direito aos funerais de Estado, honra que só havia sido atribuída anteriormente a Gandhi e ao pai político da Índia moderna, Jawaharlal Nehru. Era o reconhecimento de que nela já se via a síntese do que havia de melhor no cristianismo e no hinduísmo. Depois de descrever os tópicos desse paralelismo, a autora aprofunda a análise dos grandes traços da mística cristã-hindu, estudando os textos de Teresa em vista de caracterizar a nota derradeira de sua espiritualidade: "o abandono total" ou "anulação do eu", expressão derradeira do negar-se a si mesmo de que fala o Evangelho.
Editora: Paulinas
Autor: PAULINAS (ED.)
ISBN: 9788535616897
Origem: Nacional
Ano: 2007
Edição: 1
- Madre Teresa: Venha, Seja Minha Luz é uma crônica comovente de sua vida espiritual, incluindo uma coleção de anotações e cartas que ela escreveu para seus conselheiros espirituais, a maioria das quais nunca antes levadas a público. Baseado nessa correspondência, o Padre Brian Kolodiejchuk escreve uma história que vai prender a atenção de todos os leitores. Madre Teresa dedicou sua vida aos mais pobres dos pobres e, por isso, se tornou um ícone de compaixão para pessoas de todas as religiões. No entanto, pouco se sabe sobre seu alto estágio espiritual e suas lutas. Este livro revela, pela primeira vez, a profundidade e intensidade de sua vida, mostrando o retrato de uma mulher que, pelo seu trabalho de amor e caridade, tornou-se uma das figuras mais amadas, admiradas e importantes da história.
Autor: BRIAN KOLODIEJCHUK & MARIA JOSE FIGUEIREDO
ISBN: 9788560303946
Origem: Nacional
Ano: 2008 Edição: 1
Número de páginas: 400
LEIA MAIS
http://pensador.uol.com.br/autor/Madre_Teresa_de_Calcuta/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Madre_Teresa_de_Calcut%C3%A1
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
AUTOCONHECIMENTO
Conheço-me quando percebo que não me conheço tanto assim, quando me descubro em um novo estado ou quando avalio de outra forma o passado.
Conheço-me quando autentico gestos ousados ou quando já não me identifico com passos dados, nem com versos nos quais não vejo graça ou nexo.
Conheço-me na penitência dos erros de ontem, na esperança do amanhã e na aceitação de hoje.
Continuo o autoconhecimento quando me abraço inteira: pétala e espinho.
Conheço-me na perturbação que me assalta ao descobrir que a vida a pele afaga, mas também a carne rasga.
Conheço-me quando me assusto pela distância percorrida e quando me canso antes da partida.
Conheço-me quando a minha face contrai-se diante de outra vontade tão legítima quanto a minha.
Conheço-me quando tento entender a realidade sem perder de vista a fé que me sustenta.
Conheço-me quando descubro em mim razão e era tão mais fácil acreditar ser apenas emoção.
Conheço-me quando me refaço a cada dia, integrando uma informação nova ou alcançando um ponto de vista diferente.
Por fim, conheço-me quando me rendo a um carinho, quando namoro o mar, quando cultivo uma flor e, principalmente, quando sei que o processo não termina aqui.
http://perfildemulher.blogspot.com/2010/11/autoconhecimento.html
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Em busca do equilíbrio
Cada vez mais procuradas nas academias, as artes marciais exercitam corpo e mente e garantem boa forma e bem-estar.
Por Amanda Jacomelli
Embora muitos ainda considerem a arte marcial como uma atividade agressiva e tipicamente masculina, esse tipo de esporte mostra-se, cada vez mais um exercício completo, capaz de equilibrar corpo e mente e proporcionar convívio social. E as mulheres, ainda minoria entre o público, ganham cada vez mais espaço nos tatames, em busca de defesa pessoal e boa forma.
"Hoje, nós mulheres não queremos mais ser o sexo frágil. Eu sou japonesinha, baixinha e procurei a arte marcial para acabar com esse ar de indefesa", conta Michelle Mayumi Segawa, de 26 anos. Depois que começou a praticar Hapkido, há dois anos, a jovem conta que, além de perder peso, ganhou autoconfiança. "Eu sempre fui muito insegura em várias coisas e senti que minha autoconfiança melhorou muito. Também emagreci e fiz muitas amizades. Para mim, arte marcial é algo que vicia, que você começa a fazer e não consegue parar nunca mais", diz.
Muito mais do que luta, golpes, tombos, socos e pontapés, a arte marcial traz em sua essência ensinamentos milenares da cultura oriental; como respeito ao próximo e a si mesmo, humildade, perseverança, lealdade, disciplina, autoconfiança e autoconhecimento. "Cada aluna vem com um histórico de vida diferente e tentamos desenvolver em cada uma aquilo que mais precisa durante os treinos. As pessoas tendem a desenvolver diversas características praticando a arte marcial, pois ela ajuda a entender seu corpo e seus sentimentos ao enfrentar desafios", explica Flávio Augusto de Oliveira, mestre em Hapkido (4º Dan), Campeão Mundial de Hapkido 2008 , Bicampeão Internacional de Artes Marciais 2004 e 2006, Pentacampeão Brasileiro 1997 a 2001 e Tetracampeão Paulista 1997 a 2000 na modalidade.
Segundo Flávio, a filosofia da arte marcial é ensinada no tatame, levada para o dia a dia dos competidores e passado para os amigos, familiares e colegas de trabalho. Já os resultados podem ser sentidos no físico, na mente e nas relações interpessoais. "As artes marciais nos colocam em situações nas quais lidamos com nossas frustrações e limitações, nos fazendo aprender a lutar sempre e vencer quando possível, a entrar em contato com outras pessoas, lidar com elas e, consequentemente, evoluir a cada momento", destaca. Uma ótima opção para quem busca equilíbrio, a luta é também uma excelente aliada para quem quer perder peso ou manter a forma: cada aula queima, em média, de 800 a mil calorias. "A arte marcial desenvolve o corpo todo, trabalhando força, flexibililidade, condicionamento aeróbio e anaeróbio, agilidade e resistência", completa o mestre.
Por onde começar Hapkidô, Jiu-Jitsu, Karatê, Muay Tay, Taekwondo... São muitas as opções para quem pretende incluir a arte marcial na sua agenda de atividades. Mas qual modalidade escolher? Primeiramente, pesquise sobre as artes marciais para conhecer as técnicas, o aquecimento, os objetivos e a filosofia. Depois, a dica é visitar as academias, assistir a algumas aulas e fazer um treino experimental. "Não acredite em professores que oferecem resultados fáceis e faixas rapidamente. A filosofia marcial não se baseia em chegar à faixa preta. Praticar artes marciais é algo para ser entendido como uma extensão do dia a dia. Não há fim no processo de treinamento porque o aprendizado é constante, independente da idade", ressalta Flávio.
Cuidados com a alimentação Para resultados mais rápidos e duradouros, o esporte deve ser aliado a uma alimentação saudável e balanceada. Alimentos ricos em gorduras saturadas, colesterol e açúcar devem ser evitados. Na hora do treino, não esqueça de hidratar o corpo com água ou sucos naturais ou à base de soja. "A soja traz benefícios para quem pratica esportes porque ajuda no aumento da massa magra e no combate aos radicais livres", explica.
Confira alguns benefícios das artes marciais: * Aprimoramento físico: força, resistência, tônus muscular, flexibilidade, postura, coordenação motora e desenvolvimento da capacidade cardiovascular e respiratória. * Aprimoramento psicológico: auto-confiança, auto-conhecimento, concentração e prontidão. * Aprimoramento social: sociabilidade, respeito, disciplina, humildade, lealdade, amizade e perseverança.
Fonte: Guia da semana
terça-feira, 16 de novembro de 2010
FEIRA DA PROVIDÊNCIA
O Banco da Providência organiza a Feira da Providência há 50 anos e tem neste evento sua maior fonte de captação de recursos, por meio de patrocínios empresariais, venda de espaços e bilheteria.
Os ingressos do evento serão vendidos na bilheteria situada na entrada do evento (Pavilhão 1).
- Inteira: 12,00
- *Meia: 6,00
- Crianças até 1 metro não pagam
*Por lei os idosos, portadores de necessidades especiais e estudante pagam meia mediante apresentação de documento na bilheteria do evento.
O pagamento do ingresso deverá ser feito somente em dinheiro ou cartão de débito.
Data e Horário
De 24 a 28 de Novembro (quarta à domingo) Das 12h às 23h
Estacionamento
A Feira da Providência oferece aos seus visitantes estacionamento gratuito.
Caixas Eletrônicos
2 caixas do Banco Bradesco 2 caixas Banco 24h
Balcão de Informações
Existem 2 balcões de informações. O primeiro está localizado na bilheteria da Feira e o outro funcionará na entrada do Pavilhão 2. Nos pontos de informação estará uma equipe treinada para ajudá-los. Serão distribuídos folhetos de visitação.
Banheiros
Pavilhão 1: contamos com 3 banheiros femininos e 3 masculinos Pavilhão 2: contamos com 2 banheiros femininos, localizados embaixo dos mezaninos 1 e 2. Disponibilizamos banheiros químicos na entrada do evento
Postos Médicos
No período do evento estarão funcionando nos Pavilhões 1 e 2, localizados perto do cais de serviço, os Postos Médicos para atendimento de primeiros socorros.
Guarda-Volumes
O serviço de guarda volumes funcionará na entrada do Pavilhão 2. Será cobrado o valor de R$ 2,00 pelo dia;
Objetos Achados e Perdidos
O serviço de achados e perdidos funcionará com serviço de som, durante o período do evento, no pavilhão 2 junto ao balcão de informações.
Fraldário
Localizados nos banheiros femininos dos Pavilhões 1 e 2.
Táxi
Na saída do Evento (Pavilhão 1) haverá o serviço de taxis credenciados pelo Riocentro.
Programação:
Principais atrações
24/11 - 4ª feira | |
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15h | Cortejo Maracatú - Pernambuco |
16h | Bumba Meu Boi, Coco de Roda - Maranhão (Grupo Kazumitay) |
25/11 - 5ª feira | |
16h | Dança Cigana, Dança do Ventre - índia (Grupo Kazumitay) |
17h | Carimbó - Pará (Cia. de Dança Hiran Sereni) |
26/11 - 6ª feira | |
18h | Bonecos de Pano - Cia de Dança Hiran Sereni |
20h | Dança Flamenca - Espanha (Filhos dos Ventos) |
27/11 - Sábado | |
17h | Dança Filandesa - Grupo PKY |
19h | Carimbó - Cia de Dança Hiran Sereni |
20h | Jongo, Chote Bragantino - Bahia (Cia de Dança Hiran Sereni) |
28/11 - Domingo | |
16h | Dança Folclórica Italiana - Tarantolato |
17h | Uirapuru "O Pássaro Amazônia" - Cia de Dança Hiran Sereni |
18h | Matinta Pereira (Feiticeira da Amazônia) - Cia de Dança Hiran Seren |
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
terça-feira, 9 de novembro de 2010
De volta à sapatilha
Cresce a procura pelo balé entre mulheres de 25 e 60 anos, que decidem superar a frustração de ter parado ou que começam do zero.
Karina Candido arriscou os primeiros pliês e demi-pliês com apenas três anos de idade. A dança fez parte de toda sua infância e adolescência, mas quando as obrigações da vida adulta surgiram, ela teve que deixar a atividade de lado. "Não tinha como levar tudo, o balé clássico exige disciplina e uma periodicidade certinha", explica. Mas depois de dois anos parada, a jornalista de 26 anos resolveu encarar as sapatilhas novamente.
Recém-casada e com pouco tempo disponível, o treino de 16 horas semanais foi reduzido a uma hora e meia. O retorno é difícil, "você fica enferrujada, perde o condicionamento físico e a elasticidade, parece que a idade começa a pesar", mas a paixão pela dança foi maior. Hoje em dia, toda quarta-feira ela ensaia as seqüências de ponta no Clube Atlético Aramaçan, em Santo André.
Assim como Karina, muitas mulheres optam por voltar ao collant, saia e meia-calça, depois de adultas. Com o aumento da procura na faixa etária de 25 a 40 anos, muitas escolas passaram a dedicar turmas especiais para esse público. É o caso da tradicional Espaço Movimento, no bairro de Pinheiro, em São Paulo.
A bailarina e proprietária do local, Rosanna Giuzio, conta que a maioria das alunas treinaram durante a infância, mas há também muitas que começam do zero e que escolhem a dança, principalmente, por não gostarem do ritmo da academia. As aulas são direcionadas a um aprendizado mais rápido, já que as adultas não têm o mesmo tempo de dedicação disponível das crianças. "Quando se começa depois dos 18, 19 anos sua estrutura física não permite mais ser um profissional, mas dança pelo prazer mesmo", explica.
Sem restrições
Não é necessário ser magra, ter o biótipo das bailarinas, alto condicionamento físico ou flexibilidade. O balé clássico pode sim ser praticado por qualquer pessoa, independente da idade. Prova disso são as turmas voltadas exclusivamente a idoso, que na maioria das vezes, colocam a sapatilha pela primeira vez.
"Mesmo com a idade avançada, elas conseguem desenvolver muito bem os passos e tem uma ótima expressão corporal, trazida pela rica experiência de vida. O resultado é impressionante!", afirma Ângela Delfino, professora de balé clássico para mulheres acima de 60 anos, na Espaço Movimento.
Com aulas particulares, o método de ensino também é diferenciado. Não há saltos, o treino de alongamento é mais leve e o foco é corrigir a postura e outros vícios corporais. Segundo Ângela, as alunas costumam apresentar grande melhoria não só no correto posicionamento da coluna, mas também na respiração e diminuição de dores, que normalmente começam a aparecer nessa idade.
Saúde para corpo e mente
Para as mais jovens, a lista de benefícios para a saúde e bem-estar é ainda maior: postura, alongamento, flexibilidade, condicionamento físico, resistência abdominal, aumento da capacidade cardio-respiratória, força, equilíbrio, concentração, relaxamento e alívio do estresse.
Mesmo com tantas vantagens, muitas mulheres ainda têm receio de voltar, por acreditar que já passaram da idade. "Mas a maior dificuldade é a que elas embutem nelas mesmas, de só olhar os passos e achar que não conseguem", ressalta Rosanna.
Karina concorda. "Você fica abatida porque a perna não sobe mais, que a abertura não é mais a mesma, mas não pode se limitar a isso. Se você gosta mesmo, tem que batalhar e voltar, porque é muito prazeroso". No fim do ano, ela relembra os velhos tempos e volta às apresentações, mostrando que quem um dia ficou na ponta do pé para sempre poderá ficar.
http://www.guiadasemana.com.br/Rio_de_Janeiro/Mulher/Noticia/De_volta_a_sapatilha.aspx?ID=68311
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Efeito borboleta
Quem não conhece alguém que engordou ou emagreceu demais por causa de disfunções na tireoide? Cada vez é mais comum mulheres acima dos 30 anos apresentarem esses tipos de problemas, já que também estão associados ao stress da vida contemporânea. Com um formato de borboleta, a glândula fica na região do pescoço é responsável pela produção dos hormônios T3 (tiiodotironina) e T4 (tiroxina), que regulam o metabolismo do organismo.
Quando a tireoide não está funcionando adequadamente pode produzir excesso de hormônios, o que caracteriza hipertiroidismo, ou em quantidade insuficiente, que é o hipotireoidismo. Os dois tipos de disfunções atingem mais as mulheres, sendo que cerca de 10 % das que têm mais de 40 anos e 20 % das acima de 60 anos apresentam algum distúrbio na glândula. Entretanto, todas as pessoas estão sujeitas a apresentar esse tipo de patologia.
Hipotireoidismo
Entre as doenças que causam hipotireoidismo, a mais comum é a Tireoidite de Hashimoto, em que o próprio organismo produz anticorpos contra a glândula, levando a uma inflamação crônica que também pode acarretar o aumento de volume da tireoide (bócio). "Uma vez diagnosticada, é uma doença progressiva e, praticamente, não tem cura. É preciso repor o hormônio tireoidiano para a vida toda. Porém, é muito fácil de tratar", explica o médico endocrinologista e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) João César Soares.
Segundo o especialista, quem tem hipotireoidismo, ou seja, produz pouco hormônio tireoidiano, apresenta um metabolismo mais lento. O que significa que vai ter tendência ganhar peso e a reter liquidos. Além disso, o grau de atenção também é alterado e a pessoa fica mais sonolenta. "É ainda possível ter queda no cabelo, ressecamento da pele e aumento do fluxo menstrual. Dependendo do caso, a mulher pode ter um quadro de hemorragia. Quadros depressivos também podem ser causados pela disfunção", explica.
Hipertiroidismo
Já no hipertiroidismo o indivíduo produz anticorpos que estimulam a tireoide. E, por isso, assim como o hipo, é uma doença autoimune, já que o próprio corpo ataca o órgão. A causa mais comum dessa disfunção é a chamada Doença de Graves, que é menos frequente do que o Hashimoto, mas também atinge mais as mulheres. Ao contrário do hipotireoidismo, que tem uma instalação insidiosa, o hiper é muito sintomático e, geralmente, atinge adultos jovens, a partir dos 20 anos.
"A pessoa diagnostica logo, pois começa a emagrecer, ter palpitação e taquicardia. Em alguns casos, o olho fica saltado, o que é chamado exoftalmo. Ao contrário do hipo, a mulher para de menstruar, além de apresentar queda de cabelo e enfraquecimento de unhas", diz o endocrinologista. Segundo Soares, outros sintomas também podem existir, como nervosismo, ansiedade, inquietação, intolerância ao calor, sede excessiva, aumento do lacrimejamento, dificuldade para dormir e pele fria e úmida.
Segundo o médico, o tratamento de hipertiroidismo é mais complicado. "Inicialmente, é receitado um remédio para bloquear o excesso de hormônio tireoidiano. Com isso, 20 % dos pacientes entram em remissão, ou seja, praticamente, curam com remédio", afirma. Contudo, o tratamento é longo e é necessário tomar medicamento por, pelo menos, um ano para atingir a cura. Alguns fazem uma cirurgia para diminuir a tireoide. Também é possível fazer aplicação de iodo para queimar o excesso de glândulas de tireoidianas.
A jornalista Vanessa Zampronho, 32 anos, por exemplo, desenvolveu a doença quando tinha 9 anos e seus pais perceberam rapidamente que havia algo de errado, pois ela não dormia direito à noite, tinha o olho saltado e pedia peso muito facilmente. "Fiz vários exames e o médico viu que eu tinha hipertireoidismo. Tratei com remédios por dez anos, porque ainda não poderia fazer cirurgia para diminuir a tireoide. Aos 20 anos, foi recomendado o tratamento com iodo radioativo, para não ter que fazer cirurgia", conta.
Contudo, no caso de Vanessa, a dosagem de iodo foi alta, e a glândula diminuiu muito de tamanho, o que acarretou em hipotireoidismo. Por isso, hoje ela faz tratamento de reposição hormonal. "Como não consigo produzir a quantidade adequada de hormônios, tenho que tomá-los em comprimidos. E o tratamento é simples e fácil de levar. Tomo Puran 75 mcg todos os dias e não tenho nenhum incômodo. Já tive vários, mas com o devido controle tenho uma vida normal", garante.
Nódulos
Outro problema comum que pode alterar a produção de hormônios é o bócio multinodular, que é o aumento da glândula tireoidiana associado a nódulos. Em alguns casos, o paciente pode apresentar um nível hormonal normal e não é preciso fazer reposição. Já em outros, é preciso operar, porque os nódulos crescem muito. É necessário ficar atento, pois, segundo o especialista, alguns podem evoluir para tumores. "Neste caso, é necessário tirar a tireoide. Mas o mais comum é somente ter bócio", afirma Soares.
O endocrinologista explica que os nódulos são mais frequentes em famílias de regiões que têm pouco iodo, como no interior de Minas Gerais e do Mato Grosso. Para evitar esse tipo de problema, a legislação brasileira exige que o sal de cozinha seja iodado. Enquanto para detectar os níveis hormonais é necessário fazer exame de sangue, o bócio multinodular é detectado por meio de uma ultrassonografia. Apesar de exigirem um certo controle, geralmente os nódulos são benignos apenas 1% vira um câncer.
Segundo Soares, geralmente, fatores genéticos desencadeiam essas doenças. Contudo, patologias autoimunes também estão ligadas a fatores emocionais, como estresse. "Ainda não há muitas explicações sobre o que causam essas disfunções, mas são sempre mais frequentes em mulheres", afirma. A incidência de hipotireoidismo depois da gravidez também é grande, já que a mulher fica com a imunidade mais baixa. "Isso pode propiciar o surgimento de doenças que produzem anticorpos contra o organismo, como o Hasshimoto", diz.
Se você descobriu que tem algum problema na tireoide, não precisa entrar em pânico. Na maioria das vezes, os tratamentos são simples e normalizam o metabolismo rapidamente.
O endocrinologista também alerta a mulherada: "hormônio tireoidiano é fundamental, mas o uso de forma indiscriminada, visando emagrecimento, pode levar a hipertiroidismo. Portanto, deve só ser utilizado para repor a falta", adverte.
http://www.guiadasemana.com.br/Rio_de_Janeiro/Mulher/Noticia/Efeito_borboleta.aspx?ID=68481
terça-feira, 2 de novembro de 2010
domingo, 31 de outubro de 2010
O Legado Lutzenberger
A cada mês, o blog apresenta grandes mulheres, algumas, esquecidas pela história. Este mês, no entanto, o blog faz uma justa homenagem
a um homem admirável: José A. Lutzenberger.
Sua história é um exemplo para todos nós, homens e mulheres.
Conheça agora um Grande Homem."
(Kris R.)
"Me interesso muito pouco pela minha pessoa. Olho sempre para a frente. Custo a entender que estou com 75 anos."
"A Alemanha fez penitência pelo holocausto. Mas o Brasil ainda deve a sua pelo que fez com os índios e os negros. "
"O livre mercado não resolve tudo, até porque é manipulado. O mercado só vê demanda, não vê necessidades. Os mercados são cegos para as gerações futuras."
Quem foi Lutzemberger?
Este renomado protetor da natureza ganhou mais de 40 prêmios, 25 distinções e dez homenagens.
José Antônio Lutzenberger, importante ecologista e agrônomo brasileiro, participou ativamente na luta pela conservação e preservação ambiental. Foi dele a autoria de "O manifesto ecológico brasileiro". Foi secretário-especial do Meio Ambiente da Presidência da República de 1990 a 1992.
Em 1971, depois de treze anos como executivo da Basf, abandonou a carreira para denunciar o uso indiscriminado de agrotóxicos nas lavouras do Rio Grande do Sul. A partir de então se dedicou à natureza e defendeu o desenvolvimento sustentável na agricultura e o uso dos recursos renováveis, alertando para os perigos do modelo de globalização em vigor.
A partir da década de 1970, desenvolveu uma série de atividades voltadas à defesa do meio ambiente. Entre estas estão a criação da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), em 1971, e a Fundação Gaia, em 1987. Além disso, se destacou pela organização de programas de agricultura biológica em intercâmbio com diversos países.
Participou de mais de oitenta encontros nacionais e mais de quarenta internacionais. Entre os quarenta prêmios que recebeu está o The Right Livelihood Award (Nobel Alternativo), 25 distinções e inúmeras homenagens especiais.
Lutz, como era conhecido, escreveu diversos livros, dos quais um dos mais notáveis é Fim do futuro? - Manifesto Ecológico Brasileiro, de 1976. Coordenou também os estudos ecológicos do Plano Diretor do Delta do Jacuí (RS), tendo papel importante na implantação do Parque Municipal do Lami, em Porto Alegre, (que hoje leva seu nome), e do Parque Estadual da Guarita, em Torres, entre outras atividades.
Em março de 1990, foi nomeado secretário-especial do Meio Ambiente da Presidência da República, em Brasília, durante o governo de Fernando Collor de Mello, onde permaneceu até 1992. Nesse período, teve papel decisivo na demarcação das terras indígenas, em especial a dos índios Yanomami, em Roraima, na decisão do Brasil de abandonar a bomba atômica, na assinatura do Tratado da Antártida, na Convenção das Baleias e na participação das conferências preparatórias da Conferência Mundial do Ambiente, a Rio-92.
Lutzenberger faleceu em 2002, com 75 anos. Seu sepulcro está próximo a uma árvore, em um bosque do Rincão Gaia, em Pantano Grande.
Fundação Gaia Localizada em Pantano Grande (RS), a fundação atua na área de educação ambiental e na promoção de tecnologias socialmente compatíveis, tais como a agricultura regenerativa (ecológica), manejo sustentável dos recursos naturais, medicina natural, produção descentralizada de energia e saneamento alternativo.
A sede rural leva o nome de Rincão Gaia, área de 30 hectares situada sobre uma antiga jazida de basalto, e que se tornou exemplo de recuperação de áreas degradadas. O lugar é habitado por diversas espécies silvestres, como a jaçanã, o martim-pescador, o ratão-do-banhado, a lontra, a coruja-das-torres, e outras espécies animais. Além disso, lá funciona o centro de educação ambiental e de divulgação da agricultura regenerativa.
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Lutzenberger www.fgaia.org.br http://www.portal25.com/index.php?a=19&h=atual/curios01/cur014&l=1
BIBLIOGRAFIA
- Manual de Ecologia - Do Jardim ao Poder - Vol. 1
- Ecologia: do Jardim ao Poder
Trecho do excelente documentário "Lutzenberger: For Ever Gaia" de Frank Coe e Otto Guerra. O ambientalista José Lutzenberger, figura de grande expressão no movimento ecológico brasileiro e internacional, aponta problemas cada vez mais atuais. Neste trecho aponta para os absurdo da sociedade de consumo.
poavive 18 out. 2009
http://www.fgaia.org.br/
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
José A. Lutzenberger
Seminário de Abertura - Março l995 Universidade do Mato Grosso
Mesmo antes do falecimento do chamado Comunismo, já era assim. Aliás, as diferenças entre Capitalismo e Comunismo são da mesma natureza que as diferenças entre Protestantismo e Catolicismo. Assim como estes têm a mesma doutrina básica, ambos são cristãos, Capitalismo e Comunismo querem a mesma coisa - desenvolvimento industrial sem limite. A diferença está na forma de administração. Catolicismo e Comunismo têm Papa infalível, doutrina rígida e explícita e facilmente classificam os que discordam, de "hereje" ou "inimigo de classe" e os perseguem. O Capitalismo é mais sutil, procura absorver, envolver, doutrinar subliminarmente. Onde não consegue integrar e dominar, aliena, desmoraliza e marginaliza.
O que está acontecendo não é a previsão de George Orwell em seu livro "1984", que previa um estado todo poderoso, totalmente repressivo, que, com tecnologia sempre mais sofisticada e envolvente, controlaria até a vida privada do cidadão. Está se concretizando a previsão de Aldous Huxley em seu livro "Brave New World", ou "Admirável Mundo Novo", versão em português. Este previa uma situação contrária, igualmente perniciosa, ou pior, porque mais inescapável - um poder difuso, quase invisível, supostamente democrático, que se impõe pela desinformação, pelo apelo a atitudes egoístas, hedonistas e mesmo orgiásticas.
Uma vez, em uma palestra para estudantes universitários, procurei mostrar os estragos sociais e ecológicos do consumismo. Um jovem me interpelou: "mas onde fica a felicidade das pessoas, se não houver consumo?" Lindo exemplo de assimilação inconsciente da doutrina imperante.
O dogma básico desta religão diz que o "crescimento econômico" é a medida de todo sucesso, é a medida de progresso, de prosperidade. Este crescimento não pode parar nunca.
Mas, nesta fé, crescimento econômico se mede em PNB, Produto Nacional Bruto, também chamado de Produto Social Bruto, PSB, ou Interno Bruto, PIB. Este índice econômico é a soma de todos os faturamentos numa economia nacional. Inicialmente, como PNB per capita, servia apenas para avaliar a média das rendas, o que, naturalmente, nada nos diz sobre a justiça social num país. Que significa a média entre a renda do usineiro nordestino, que anualmente chupa milhões em subsídios, e a miserável renda de seu bóia fria? O PNB, no entanto, passou a ser índice para medir e comparar progresso. Mas ele só mede atividade, não distingue entre atividade desejável e indesejável.
Digamos que a poluição e a degradação ambiental cheguem a ponto de causar violenta deterioração na saúde pública. Construíremos mais hospitais e ambulatórios, haverá mais gastos com médicos, enfermeiras, medicamentos, ambulâncias, funerárias, o índice crescerá da mesma maneira que ele cresce com atividade realmente produtiva. Os economistas, ao invés de medir mais sofrimento, estarão medindo mais prosperidade. O mesmo acontece com desastres, guerras, terremotos, devastação florestal. Até a corrrupção, o crime e a droga fazem crescer o PNB.
O crescimento assim medido, não pode parar. Seus custos geram, inclusive, mais crescimento. Em Washington, em reunião preparatória para a cúpula do meio ambiente no Rio de Janeiro, a ECO-92, ouví o Presidente George Bush, depois, na própria cúpula, a Primeira Ministra da Noruega, Gro Bruntland, mentora da Conferência, em palavras diferentes, dizerem a mesma coisa: "precisamos de mais crescimento para termos os recursos para arrumar os estragos que já temos."
Instrumento supremo para atingirmos este alvo é a Tecnologia, que precisa desenvolver-se sem freios, pois ela é vista como uma espécie de cornucópia, que nos dará sempre novos milagres, para resolver todos nossos problemas, sem fim. Sua fonte e justificativa é a Ciência.
Na prática política e administrativa já temos um conceito unificado - Ciência e Tecnologia. Quase todos os governos do mundo têm Ministérios ou Secretarias de Ciência e Tecnologia. Não conheço nenhum que os separe. A real e sagrada função da ciência, nesta visão, é a produção de novas tecnologias, de tecnologias vendáveis, de preferência patenteáveis, que levem a faturamento, sempre mais faturamento. Neste enfoque, a Ciência é apenas servo fiel da economia. Assim, consideram-se cientistas hoje, quase todos aqueles "pesquisadores" que desenvolvem novas tecnologias, mesmo que se trate apenas de encontrar uma nova fórmula para sabão ou perfume. Por outro lado, aqueles poucos que ainda fazem ciência básica, por exemplo, nos grandes aceleradores de partículas, como em CERN, para descobrir as leis mais básicas do comportamento da matéria, quando precisam pedir verbas aos governos, justificam seu trabalho com o possível aparecimento de novas tecnologias ainda não discerníveis, mas que, certamente, serão de grande valor. A simples curiosidade diante dos mistérios do Universo, não vale. A biologia molecular já está quase toda em mãos de grandes empresas transnacionais, que com ela procuram desenvolver produtos ou mesmo seres vivos patenteados. Aliás, as aves em nossos atuais campos de concentração de galinhas, já não são mais raças, são marcas registradas.
Mas o que é a Ciência, o que é Tecnologia?
É claro que, pelo conceito corrente, é isto que aí está. O "establisment" é técnico-científico-industrial, é a igreja da nova religião.
Mas, em termos filosóficos, o que é Ciência, o que é Tecnologia?
A Ciência - com C maiúsculo - é um diálogo limpo com o Universo, ou seja, com a Natureza. Ela se apoia no postulado de que o Universo não é caótico. Não existem milagres, mistérios insondáveis sim. As leis do comportamento da Natureza são universais, imutáveis e intransgredíveis. Quer dizer que as leis da física são as mesmas na galáxia longínqua que está a bilhões de anos luz de distância, eram as mesmas quando partiu de lá a luz que hoje observamos e que levou bilhões de anos para aqui chegar, e serão as mesmas enquanto durar o Universo. E, se alguém nos contar que conhece um lugar onde os rios correm montanha acima e a chuva sobe do solo ao céu, não precisamos perder tempo para ir lá verificar.
Muitos leigos, especialmente economistas e políticos, analfabetos em ciências naturais, parecem pensar que a Ciência acabará encontrando maneiras de superar as leis da Natureza. Que passaria por cima da lei da gravidade, por exemplo. Argumentam, assim, que sempre haverá tecnologia para reparar o que estragamos, que encontraremos sempre novos recursos, quando se acabarem os atuais. Mas, se hoje um Boeing 747 atravessa oceanos com 500 pessoas a bordo, a novecentos quilômetros por hora e em dez mil metros de altura, é porque os engenheiros que projetam e desenvolvem estas naves se atêm estritamente às leis da física, eles não têm como não submeter-se à lei da gravidade, às leis da aerodinâmica e outras. Qualquer desrespeito a estas leis e o avião não voa ou cai.
A Ciência quer descobrir as leis universais, imutáveis e intransgredíveis do comportamento da Natureza. Como faz para descobrí-las? Ela se empenha num diálogo absolutamente honesto com tudo o que podemos observar. Observando e comparando fatos ou fenômenos, por intuição, imaginação ou associação de idéias, concebe modelos, regras ou conjuntos de regras. Chega-se, assim, a uma hipótese. A hipótese sugere experimentos que podem refutá-la ou não. Se for refutada, não deixou de ser um bom instrumento de trabalho porque obriga a ajustes no modelo ou à procura de outro modelo. Se não for refutada, não quer dizer que não possam surgir novas observações que a refutem. Portanto, o cientista jamais poderá afirmar que encontrou a verdade absoluta, só aproximações sempre mais precisas. O que de nada adianta, são hipóteses ou afirmações que não podem ser refutadas ou conferidas.
Conheço místicos que me contam o que viram em galáxias remotas em "viagens astrais" ou o que viram no futuro. Não posso provar o contrário, tampouco eles podem me convencer. O cientista, como cientista, só pode apresentar afirmações comprováveis ou refutáveis. Precisa dizer, também, como fazer estas verificações.
A atitude básica da Ciência é o oposto da postura dos místicos. Estes, costumam afirmar que têm acesso à verdade absoluta, não admitem dúvidas. Na escola primária, nosso professor de catecismo procurava nos incutir que a maior virtude estava na fé cega, acreditar sem pedir provas. Eu tinha dez ou doze anos. Esta posição me chocava, fez nascer em mim o interesse pela Ciência e Filosofia.
Se os místicos estivessem todos de acordo, nós, os demais pobres mortais, poderíamos dizer: "Está bem, estes caras têm antenas que nós não temos, deve ser verdade." Mas não é assim, conheço tremendas discordâncias entre eles, todas apresentadas como certeza absoluta.
A Ciência não pretende apresentar verdade absoluta, ela só procura sempre mais aproximação. Sugiro aos jovens que leiam a fascinante história da Ciência, a maior aventura do espírito humano, especialmente a história da Astronomia e da Física. Em todas as disciplinas, tambem na Biologia ou na Geologia, verão como a evolução do conhecimento passa por sucessão de hipóteses e paradigmas, cada vez mais precisos e mais envolventes. Também nesse ponto, o leigo, muitas vezes, pensa que a Ciência progride pela derrubada de conhecimento anterior. Não é bem assim. O que costuma acontecer é a ampliação de horizonte e o esmero no detalhe.
Einstein não derrubou Newton, foi além, incluiu Newton numa visão mais ampla. Conseguiu assim, explicar observações que não coroboravam Newton, p.ex., a órbita de Mercúrio. Copérnico não derrubou Ptolomeu que, com as observações imprecisas da época e tomando a terra como referência, também previa eclipses, mas tinha que pressupor ciclos e epiciclos com matemática bastante complicada. A perspectiva heliocêntrica de Copérnico trouxe uma grande simplificação.
Na Genética, T. H. Morgan não derrubou Mendel, colocou-a em pespectiva mais ampla. Crick e Watson não derrubaram Morgan, aprofundaram, assim como na Geologia, a deriva dos continentes, com suas placas tectônicas, simplificou e ampliou enormemente a compreensão da evolução geológica de nossas paisagens, sem invalidar conhecimentos anteriores.
Fundamental, portanto, para o cientista é a honestidade absoluta e sem perdão. Cientista que faz trapaça, engana, mente, por definição, não é cientista. A pessoa que faz Ciência tem que ser humilde, modesta, autocrítica. Virtude básica é o ceticismo. Terá que estar disposta em qualquer momento a abandonar as suas mais queridas idéias ou explicações, cada vez que a Natureza as contradisser na observação ou no experimento. Os verdadeiros grandes cientistas eram assim. É comum hoje ouvir-se que Ciência nada tem a ver com valores ou emoções, ou com ética. Mas, esta honestidade é uma decisão ética.
A Ciência é um valor em si. Quanto mais nos aprofundamos no diálogo limpo com o Universo, mais nos damos conta de sua beleza e elegância.
Pessoalmente, gosto de definir Ciência como a contemplação da divina beleza do Universo, sem medo da emoção contida nesta frase. Sim, a Ciência é profundamente emotiva, não é nada fria. Ela é contemplativa, amorosa, está baseada em sentimentos de admiração diante do Grande Mistério.
E a Tecnologia o que é? A Tecnologia também não é fria, é muito quente. A Tecnologia aproveita-se dos conhecimentos, das informações que o diálogo limpo deu à Ciência para fazer artefatos, instrumentos. Ora, todo artefato serve a alguma vontade, a do inventor ou de seu patrão. Isto tem a ver com poder, por pequeno ou grande que seja. É uma atitude impositiva, é o contrário da atitude básica da Ciência, que é contemplativa.
Não queremos com isso dizer que a técnica é ruim em si. Pode ser boa, neutra, perniciosa, dependendo dos alvos que persegue. Mas, enquanto que a Ciência leva à atitudes de respeito, fascinação, amor, vontade de proteger, a técnica facilmente cai na agressão, é o que predomina no mundo moderno.
Vejamos uma metáfora. Digamos que um cientista e um tecnocrata se encontram diante de um espetáculo da Natureza. Estão observando o Pão de Açúcar no Rio. O cientista se encanta com aquele gigantesco monolito, uma rocha inteiriça de seiscentos metros de altura, com uma só fenda vertical. Terá que pensar como os milhões de anos de erosão geológica a deixaram com aquela forma. Conhecendo o material da rocha, gneiss, saberá que a Serra do Mar, da qual faz parte, surgiu uns seiscentos milhões de anos atrás, quando a deriva dos continentes empurrava a América do Sul em direção contrária à atual, que, do outro lado, está fazendo crescer os Andes. Da geologia irá até a cosmologia. Vislumbrará a formação do nosso sistema solar, uns quatro e meio bilhões de anos atrás. Saberá que os elementos mais pesados, além do hidrogênio e hélio, sem os quais nosso planeta não existiria ou seria apenas uma bola de gases, só podem ter-se originado muito antes do nascimento do nosso sol, numa supernova, centenas de milhões ou mesmo bilhões de anos antes. Quanto mais pensar em tudo isto, mais fascinado estará. Maior ainda será a fascinação quando observar a vida que cobre a rocha: os líquens, musgos, cactos, bromélias e outras plantas epílitas, os insetos e aves, mamíferos, répteis, o que hoje sobra de bosque na base, a vida no mar circundante. Terá que pensar no mais fantástico processo que conhecemos: a Vida em seus três e meio bilhões de anos de evolução orgânica, um processo sinfônico estonteante que, entre as milhões de formas e comportamentos dos seres vivos, da bactéria e alga microscópica à baleia e sequóia, também deu origem à nossa espécie, à nossa capacidade de percepção, de encantamento diante desta fantástica maravilha. Quanto mais observar, mais comovido estará, mais amor sentirá, mais sofrerá com os estragos que hoje se constatam.
Já o tecnocrata, vê as coisas de maneira bem diferente. Ele se pergunta: "que podemos fazer com isso? Além do potencial turístico, será que contém algum minério importante que podemos explorar? Quanto podemos ganhar com isso? Quem sabe, demolindo uma parte, aterrando o mar, poderemos obter grandes lucros na especulação imobiliária?" E, assim por diante.
As atitudes da Ciência e da Tecnologia são ambas profundamente emotivas, mas as emoções são de sinal contrário.
A Ciência e a Tecnologia, é claro, são inseparáveis. Assim como a Tecnologia se aproveita da Ciência, esta não progride sem a outra, sem telescópios, microscópios, aceleradores de partículas, lasers, chips e computadores, uma infinidade de instrumentos de medida cada vez mais precisos e sofisticados. O casamento é indissolúvel, mas é difícil, as partes têm caráter oposto. Um é contemplativo, o outro impositivo.
Na Ciência, como vimos, não pode haver mentira, por definição! Mas, observemos atentamente as tecnologias e, sobretudo, as infra-estruturas tecno-burocráticas que hoje predominam. Estão cheias de mentira, trapaça, logro, insinuação enganosa. É claro que as respectivas técnicas, em si, são tão perfeitas quanto possível, a mentira está nos objetivos, no uso e no aproveitamento destas pelo poder estabelecido.
Vejamos: no carro moderno, o motor, o carburador, a distribuição, refrigeração, engrenagens, transmissão, os pneus são verdadeiras maravilhas técnicas, inimagináveis no tempo do "Ford de bigode". Mas, mudar quase todos os anos o modelo, modificando os enfeites, os plásticos do stop e das sinaleiras, o parachoque (de plástico) que não passa de enfeite também, insinuar status, isto é mentira. Está no mesmo nível moral da vigarice.
Uma das maiores trapaças da tecnologia moderna está na política da obsolência planejada, ou seja, no envelhecimento premeditado dos objetos, com as mudanças desnecessárias de modelo ou "styling" (este anglicismo já é para enganar), e com peças calculadas para não durarem, ou sistemas que não permitem reparação. O auge desta trapaça está no objeto de um só uso.
A lata de alumínio para cerveja ou refrigerante, usada uma só vez e jogada no lixo ou pela janela do carro, não deixa de ser de um objeto de grande técnica, mas é um absurdo energético. Pelas informações que tenho, sua fabricação consome cerca de um KWH por unidade. Ela é também um crime ecológico. Os três mil quilômetros quadrados de floresta prístina inundada em Tucuruí e as montanhas demolidas em Carajás têm a ver com este crime. Este tipo de lata nos foi apresentado como uma nova etapa no progresso - a lata anterior, de ferro, já era um absurdo - mas nenhum esforço foi feito para esclarecer o público consumidor dos custos ecológicos e sociais desta técnica.
No supermercado, as embalagens excessivas, super luxuosas, com etiquetas enganosas são outra mentira com grandes custos ambientais. Custos perfeitamente evitáveis, caso houvesse "marketing" honesto. Se a tecnologia fosse sempre honesta não haveria necessidade do tremendo aparato de publicidade que nos bombardeia a cada passo, que já insiste até em transformar os bebês em consumidores desenfreados. Infelizmente a maioria das pessoas é tão alienada, ou tão acostumada está, que não se dá conta do insultante que é grande parte desta publicidade.
No feudalismo medieval o exercício do poder era simples, eu diria honesto, porque aberto. Era através da força, as técnicas aplicadas eram transparentes para todos. Impossível confundir forca com arado. Hoje a situação é bem mais complexa e o exercício do poder nas chamadas democracias é bem mais sutil. O ideal da tecnocracia são estruturas tecno-burocráticas sempre mais envolventes e inescapáveis.
Aos jovens estudantes de agronomia sugiro que procurem entender o que aconteceu na agricultura nos últimos 50 a 70 anos. O camponês tradicional (infelizmente, em nosso país, com exceção do sul, predominou sempre o latifúndio), em termos sistêmicos, na economia como um todo, era esquema autárquico de produção e distribuição de alimentos. Ele produzia seus próprios insumos. O esterco de seus animais e o manejo orgânico mantinham a fertilidade do solo. A energia era humana e animal, ambas vinham de seu solo, era energia solar, fotossíntese. No mercado semanal, o camponês entregava seus produtos praticamente na mão do consumidor. Esta é a razão porque, em português, ainda dizemos, segunda, terça, quarta-feira, etc. Os poucos instrumentos e equipamentos que usava eram feitos pelo artesão, ferreiro ou marceneiro da aldeia, que também contava como camponês. Naquela situação, entre quarenta e sessenta por cento da população trabalhava na agricultura.
Argumenta-se hoje que a agricultura moderna, a agricultura empresarial é fantasticamente mais eficiente que a agricultura camponesa tradicional. Isto porque, em países do chamado Primeiro Mundo, só dois por cento ou menos da população são agricultores. Dois por cento da população seriam capazes de alimentar toda a população, enquanto que antes eram quarenta ou sessenta. Caso procedesse este argumento, realmente não teríamos alternativa. Mas esta conta é falaciosa, quando não, mentirosa.
Os que hoje se dizem agricultores, no contexto geral da economia da nação, são apenas pecinhas numa gigantesca estrutura industrial e burocrática, que inclui campos de petróleo, refinarias, siderurgias, fábricas de tratores e combinadas, indústria química, transportes, indústria de "beneficiamento" de alimentos que mais merecem o nome de indústrias de denaturação e contaminação de alimentos e muita, muita coisa mais. O economista moderno, em suas estatísticas vê a fábrica de equipamentos agrícolas como indústria metalúrgica, mas isto é agricultura. A fábrica de agrotóxicos e adubos é tida como indústria química, mas deveria contar como agricultura, porque faz parte do moderno esquema de produção e distribuição de alimentos. Se fizermos a conta completa, somarmos todas as horas de trabalho, direta ou indiretamente ligadas à produção e distribuição de alimentos, facilmente chegaremos também a quarenta por cento ou mais. Inclusive as horas de trabalho necessárias para ganhar o dinheiro para pagar o imposto que sustenta os subsídios (em nosso caso, repor as perdas da inflação) terão que ser adicionadas. Veremos que em termos de mão-de-obra houve pouco ganho. Houve, isto sim, uma redistribuição de tarefas. A pessoa sentada diante do computador no banco, que cuida dos créditos agrícolas, pode não considerar-se agricultor e nunca ter visto de perto uma lavoura, mas está neste negócio. Quem fizer cálculos completos e comparar atentamente, verá que o camponês tradicional também era mais eficiente em termos de produção por hectare. Diferença fundamental - a agricultura tradicional, camponesa, como a da Europa ou da China, era indefinidamente sustentável, a chinesa já dura três mil anos. A agricultura moderna não é sustentável. Além disso, ela tem horríveis custos sociais e tremendos custos ambientais. Em termos globais, centenas de milhões de pessoas foram marginalizadas pelo que friamente chamamos de "êxodo rural". Os mais velhos se lembram muito bem, nossas grandes favelas começaram a surgir e crescer desde a década de quarenta.
Quando eu estudava agronomia, na mesma década, toda a pesquisa agrícola estava dirigida à melhora dos métodos orgânicos e ecológicos, sem que lhes déssemos esse nome. Dali para diante, a indústria foi tomando conta, conseguiu redirecionar ensino, pesquisa e extensão agrícola. Por favor, não me entendam mal, não estou pleiteando a volta a uma agricultura camponesa primitiva. Com o conhecimento científico que hoje temos, poderíamos já estar fazendo uma agricultura ecologicamente racional e socialmente justa, com estilo de vida, no campo, mais agradável e sadio que a vida nas atuais cidades.
Quem souber fazer contas, que estude de perto a produtividade dos modernos campos de concentração de galinhas, dos calabouços de porcos e dos confinados de gado. Verá que, na maioria dos casos, estamos destruindo mais alimento do que produzimos, e isto, com grandes estragos ambientais e sociais e enormes custos de energia. O que aumenta é a concentração de poder industrial.
Não vamos entrar em outros campos, como o da energia, do transporte e mais alguns. Importante é que nos demos conta de que são promovidas hoje não necessariamente tecnologias racionalmente concebidas para resolver de maneira simples, menos agressiva, mais ecológica, problemas de reais necessidades humanas. Não, o que se promove e impõe, são tecnologias e estruturas que concentram poder.
Devemos, portanto, aprender a distinguir entre tecnologias "duras" e "suaves". Mas hoje, em nossa atual cultura, a grande maioria das pessoas é completamente ignorante naquilo que mais esta cultura caracteriza, em Ciências Naturais e em Tecnologia. Não tem condições, portanto, de distinguir. Isto é um desastre político-cultural que, quanto menos é levado em conta pelos políticos, tanto maior ele é. Estes costumam ser os mais ignorantes e mais safados, e que, quase sempre, aceitam como seus, os argumentos da Tecnocracia.
Quando um empresário diz: "isto não podemos fazer, não é econômico", ou "não tem outra maneira de fazê-lo, seria antieconómico", ele está pensando na economicidade de sua empresa. Mas, o político deveria pensar na economicidade para a Nação. Quando a política confunde economicidade de empresa com economicidade nacional, está aceitando cegamente aquele argumento de um dos chefões da General Motors que dizia: "What´s good for GM is good for the USA." O que é bom para minha empresa, é bom para o país? Nem sempre!
Mil aspectos mais poderíamos citar e elaborar, sobre como hoje o poder e a criação de dependência são sustentados pelas tecnologias duras, e como as tecnologias verdadeiramente humanas, racionais e ecológicas são desmoralizadas, combatidas e suprimidas. Quero, com isso, motivar muitos jovens inteligentes, com preocupação social e ecológica a que ampliem seu horizonte científico, técnico, cultural e ético, e passem a examinar com atenção nossa atual civilização. Que participem, então, da necessária revolução ética, sem a qual não teremos futuro.
http://www.fgaia.org.br/texts/t-cietec.html