sexta-feira, 25 de abril de 2014

Camille Claudel



Camille era filha de Louis Prosper,um hipotecário, e Louise Athanaïse Cécile Cerveaux. Camille passou toda sua infância em Villeneuve-sur-Fère, morando em um presbitério que seu avô materno, doutor Athanaïse Cerveaux, havia adquirido. Foi primeira filha do casal, sendo quatro anos mais velha que Paul Claudel. Ela impõe a seu irmão, assim como a sua irmã caçula Louise, sua forte personalidade. Ela comandava os dois desde pequena. Segundo Paul, seu irmão, ela declarou desde cedo seu desejo de ser escultora. Camille também tinha certas premonições e previu também que seu irmão se tornaria escritor e sua irmã Louise seria musicista.

Seu pai, maravilhado com seu estupendo e precoce talento que, ainda na infância, produziu esculturas de ossos e esqueletos com impressionante verossimilhança, oferta-lhe todos os meios de desenvolver suas potencialidades, a colocando em escolas e cursos de primeira linha. Sua mãe, por outro lado, não vê com bons olhos, colocando-se sempre contra todo aquele empreendimento, reagindo muitas vezes violentamente no sentido de reprovar a filha que traz incômodos e custos excessivos para a manutenção de seu "capricho". O sonho de Camille é ser uma escultora de sucesso e vê essa vontade ameaçada pela mãe, que acha que ocorreem muitos gastos com a educação da menina.

Em 1881, já com 17 anos, sai de casa para ir em busca de seu grande sonho. Parte para Paris e ingressa na Academia Colarossi, uma escola que forma artistas escultores. Ela teve por mestre primeiramente Alfred Boucher e depois Auguste Rodin. É desta época que datam suas primeiras obras que nos são conhecidas: A Velha Helena (La Vieille Hélène — coleção particular) ou Paul aos treze anos (Paul à treize ans — Châteauroux).

O tempo passa, e seu professor Rodin, impressionado pela solidez e tamanha beleza de seu trabalho, admite-a como aprendiz de seu ateliê na rua da Universidade em 1885 e é nesse momento que ela colaborará na execução das Portas do Inferno (Les Portes de l'Enfer) e do monumento Os Burgueses de Calais (Les Bourgeois de Calais).

Tendo deixado sua família pelo amor a escultura, ela trabalha vários anos a serviço de seu mestre, por quem é secretamente apaixonada, e ela mantem-se à custa de sua própria criação, pois ela ganha salário como aprendiz. Por vezes, a obra de um e de outro são tão próximas que não se sabe qual obra de seu professor ou da aluna. Às vezes se confunde em quem inspirou um ou copiou o outro, pois Camille faz tão bem seu trabalho que parece que há anos ela trabalha com arte. Suas esculturas e as de Rodin são muito idênticas, fato que aproxima os dois.

O tempo passa e Camille e Rodin se envolvem, e têm um caso ardente de amor. Porém Camille Claudel enfrenta muito rapidamente duas grandes dificuldades: De um lado, Rodin não consegue decidir-se em deixar Rose Beuret, sua namorada desde os primeiros anos difíceis, e de outro lado, alguns afirmam que suas obras seriam executadas por seu próprio mestre, ou seja, acusam Camille de ter copiado todos os trabalhos de seu professor em vez dela mesma fazer. Muito triste e depressiva pelas acusações e por Rodin ainda ter outra mulher, Camille tentará se distanciar de Rodin e a fazer suas obras de arte sozinha. Percebe-se muito claramente essa tentativa de autonomia em sua obra (1880-94), tanto na escolha dos temas como no tratamento: A Valsa [1](La Valse — Museu Rodin) ou A Pequena Castelã [2] (La Petite Châtelaine, Museu Rodin). Esse distanciamento segue até o rompimento definitivo em 1898. A ruptura é marcada e contada pela famosa obra de título preciso: A Idade Madura [3] (L’Age Mûr – Museu d'Orsay).

Ferida e desorientada, ainda mais por descobrir que seu romance com Rodin não passou de uma aventura para ele e que ele prefeiu a namorada, Camille Claudel passa a nutrir por Rodin um estranho amor-ódio que a levará à paranóia e a loucura. Ela instala-se então no número 19 do hotel Quai Bourbon e continua sua busca artística em grande solidão, pois ama loucamente Rodin, mas ao mesmo tempo o odeia por ele tê-la abandonado. Ela se entregou a esse homem de corpo e alma e em troca só teve ingratidão e abandono. Apesar do apoio de críticos como Octave Mirbeau, Mathias Morhardt, Louis Vauxcelles e do fundidor Eugène Blot, seus amigos, ela não consegue superar a dor da saudade. Eugène Blot organiza duas grandes exposições, esperando o reconhecimento e assim um benefício sentimental e financeiro para Camille Claudel, pois ele quer ajudar a amiga em dificuldade. Suas exposições têm grande sucesso de crítica, mas Camille já está doente demais para se reconfortar com os elogios. Ela passa a ficar estranha e obsessiva, querendo a morte de Rodin. Ela passa a se lembrar de seu passado, a mãe a impedindo de ser uma artista e lembranças ruins da infância passam a sufocá-la cada vez mais.

Depois de 1905, os períodos paranóicos de Camille multiplicam-se e acentuam-se. Ela crê em seus delírios. Entre seus sonhos doentes, ela acredita que Rodin roubará suas obras de arte para moldá-las e expô-las como suas, ou seja, ela acha que Rodin roubará as esculturas e falará que foi ele quem fez. Ela passa a achar que o inspetor do Ministério das Belas-Artes está em conluio com Rodin, e que desconhecidos querem entrar em sua casa para lhe furtar suas obras de arte. Nessa fase ela passa a falar sozinha e já adquiriu a esquizofrenia. Também chora muito, e passa a ter ideias de suicídio. Camille cria histórias imaginárias que ela passa a achar que são puramente verdade. Nessa terrível época que suas crises de loucura aumentam, vive um grande abatimento físico e psicológico, não se alimentando mais e desconfiando de todas as pessoas, achando que todos a matarão. Ela se isola e como mora sozinha no hotel, ninguém sabe de sua condição, pois ela rompe a amizade com os amigos e passa a querer ficar e viver sozinha em seu quarto. Ela se mantém vendendo as poucas obras que ainda lhe restam.

Seu pai, seu porto-seguro, a única pessoa que a mais entendeu na sua vida, morre em 3 de março de 1913, o que piora por completo sua depressão e a faz sair da realidade mais ainda. Ela entra em uma crise violenta, quebrando tudo e gritando, e em 10 de março, ela é internada no manicômio de Ville-Evrard. A eclosão da Primeira Guerra Mundial levou-a a ser transferida para Villeneuve-lès-Avignon onde morre, após trinta anos de internação e desespero, passando todo esse tempo amarrada e sedada. Morreu em 19 de outubro de 1943, aos 79 anos incompletos.

Talento
A força e a grandiosidade de seu talento estavam na verdade em um lugar muito incômodo: entre a figura legendária de Rodin e a de seu irmão que se tornou um dos maiores expoentes da literatura de sua geração. E não é difícil ler que as questões de gênero permeiam esse lugar menor dedicado a Camille.

Seu gênio sufocado por dois gigantes, sua vida sufocada por um abandono, suas forças e sua lucidez esgotadas por uma relação umbilical com seu mestre e amante. Uma relação da qual não conseguiu desvencilhar-se, consumindo sua vitalidade na vã tentativa de desembaraçar-se desse destino perverso. Camille Claudel, sua forte personalidade, sua intransigência, seu gênio criativo que ultrapassou a compreensão de sua época, como afirma o personagem de Eugène Blot no filme, permanecerá ainda e sempre um Sumo Mistério. Ela tinha uma inteligência e um talento fora do comum e poucas pessoas da época entendiam seu grande dom para ser uma verdadeirta artista.

Bibliografia
DELBÉE, Anne, Camille Claudel: uma mulher, São Paulo: Martins Fontes, 1988. WAHBA, Liliana Liviano, Camille Claudel: criação e loucura, Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2002. ROCHA, Ana Maria Martins Lino, Escolha da paixão: uma análise do romance entre Camille Claudel e Auguste Rodin à luz da psicanálise, São Paulo: Vetor, 2001. Referências Traduzido e ampliado da Biografia de Camille Claudel do site da Association Camille Claudel. Filmes
O filme Camille Claudel (França, 1988 - California Filmes) relata a vida da escultora. Conta com a direção de Bruno Nuytten e a participação de Isabelle Adjani como Camille e Gérard Depardieu como Rodin.

Em Camille Claudel, 1915 (2013), dirigido por Bruno Dumont, Juliette Binoche interpreta Camille em 1915, já internada.

californiafilmes - Publicado em 21/06/2013


Inverno, 1915. A vida reclusa da escultora Camille Claudel (Juliette Binoche). Internada pela família num manicômio no sul da França, ela aguarda a visita do irmão, Paul (Jean-Luc Vincent).

Direção: Bruno Dumont
Elenco: Juliette Binoche, Jean-Luc Vincent, Emmanuel Kauffman
Gênero: Drama
País: França
Ano: 2013
Duração: aprox. 96 min


mantarrayafilms - Publicado em 25/09/2013


Cultura Popular
Camille Claudel serviu de inspiração para o personagem Kamille Bidan protagonista do anime de ficção-científica Mobile Suite ZGundam.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

40 frases clássicas de escritoras famosas



Não pode ser seu amigo quem exige seu silêncio.
(Alice Walker)

Porque amei a vida, não terei nenhuma tristeza ao morrer.
(Amelia Burr)

Ajusto-me a mim, não ao mundo.
(Anaïs Nin)

Um homem beijar a sua mão pode ser uma delícia, mas uma pulseira de safiras e diamantes dura para sempre.
(Anita Loos)

Toda dominação pessoal, psicológica, social e institucionalizada nessa terra pode ser remetida a uma mesma fonte original: as identidades fálicas dos homens.
(Andrea Dworkin)

A liberdade é incompatível com o amor: um amante é sempre um escravo.
(Baronne De Staal)

Aprendi com a primavera a deixar-me cortar e voltar sempre inteira.
(Cecília Meireles)

Uma mente agitada faz um travesseiro inquieto.
(Charlotte Brontë)

Nossos companheiros perfeitos nunca têm menos de quatro patas.
(Colette)

Brevidade é a alma da lingerie.
(Dorothy Parker)

A minha vela arde nas duas pontas; não vai durar a noite inteira.
(Edna St. Vincent Millay)

O homem é uma fêmea imperfeita.
(Elizabeth Gould Davis)

Todo meu patrimônio são meus amigos.
(Emily Dickinson)

A vaidade e o orgulho são coisas diferentes, embora as palavras sejam frequentemente usadas como sinônimos.
(Jane Austen)

Nada é tão bom como parece à primeira vista.
(George Eliot)

As pessoas que acreditam na inteligência, no progresso e no entendimento são as que tiveram uma infância infeliz.
(Gertrude Stein)

A verdade te libertará. Mas primeiro ela vai te enfurecer.
(Gloria Steinem)

Para que faças brilhar tua estrela não precisas apagar a minha.”
(Helen Keller)

No amor existem duas coisas: corpos e palavras.
(Joyce Carol Oates)

A mulher que se preocupa em evidenciar a sua beleza anuncia ela própria que não tem outro maior mérito.
(Julie de Lespinasse)

Eu quero ser tudo que sou capaz de me tornar.
(Katherine Mansfield)

Trocar de marido é só trocar de encrenca.
(Kathleen Norris)

A vida é uma sacanagem de merda e cada segundo de lucidez é um suplício.
(Lolita Pille)

Me leia enquanto estou quente.
(Lygia Fagundes Telles)

Na vida você tem de escolher entre tédio e sofrimento.
(Madame de Staël)

Os homens gostam das mulheres que escrevem. Mesmo que não o admitam. Uma escritora é um país estrangeiro.
(Marguerite Duras‬)

Chocolate fará você reviver.
(Marquesa de Sévigné)

Se Deus é macho, então o macho é Deus. O patriarca divino castra as mulheres enquanto ele for autorizado a viver na imaginação humana.
(Mary Daly)

No fundo sabemos que o outro lado de todo o medo é a liberdade.
(Marilyn Ferguson)

Tudo o que perdemos, automaticamente dobra de valor.
(Mignon McLaughlin)

Não se nasce mulher: torna-se.
(Simone de Beauvoir)

Tenha até pesadelos, se necessário for. Mas sonhe.
(Patrícia Galvão)

“Doer, dói sempre. Só não dói depois de morto. Porque a vida toda é um doer.”
(Rachel de Queiroz)

Respirei fundo e escutei o velho e orgulhoso som do meu coração. Eu sou, eu sou, eu sou.
(Sylvia Plath)

O sucesso é o insucesso de alguém.
(Ursula Kroeber Le Guin)

Chamar a um homem de animal é lisonjeá-lo; ele é uma máquina, um vibrador com pernas. 
(Valerie Solanas)

O pior sentimento que se pode oferecer a uma mulher é a piedade.
(Vicki Baum)

O que é uma mulher? Eu lhes asseguro, eu não sei. Não acredito que vocês saibam.
(Virginia Woolf)

http://www.revistabula.com/389-40-frases-classicas-de-escritoras-famosas/

quinta-feira, 10 de abril de 2014

30 frases clássicas sobre mulheres


Uma homenagem às mulheres em 30 frases. Começado com a célebre frase de Jean-Jacques Rousseau: 
“As mulheres constituem a metade mais bela do mundo”.

“Em matéria de mulher, há um tipo cem por cento: desquitada, analisada e com apartamento.”
Luis Fernando Verissimo

“Entre o sim e o não de uma mulher, eu não me atreveria a espetar um alfinete.”
Miguel de Cervantes

“Deus fez as mulheres belas. O diabo as fez espertas.”
Leonid S. Sukhorukov

“Mulher e livro, emprestou, volta estragado.”
Stanislaw Ponte Preta

“Mulheres sem charme são como poetas que não leem.”
Marquês de Custine

Mulheres têm duas armas: cosméticos e lágrimas.”
Napoleão Bonaparte

“Todas as mulheres sabem que os ciumentos são os primeiros a perdoar.”
Dostoiévski

“Não há nada mais importante que a mulher, o resto é bobagem.”
Oscar Niemeyer

“Existem duas maneiras de lidar com uma mulher, e ninguém as conhece.”
Kin Hubbard

“As mulheres existem para que as amemos, e não para que as compreendamos.”
Oscar Wilde

“A mulher veste-se para as demais mulheres, e não para os homens, nem sequer para aquele a quem mais quer.”
Miguel Unamuno

“Os homens distinguem-se pelo que fazem, as mulheres pelo que levam os homens a fazer.” 
Carlos Drummond de Andrade

“Nem todas mulheres gostam de apanhar, só as normais.” 
Nelson Rodrigues

“As mulheres, como os sonhos, nunca são como as imaginamos.” 
Pirandello 

Mulheres comportadas raramente fazem história.”
Marilyn Monroe

“Tirando a mulher, o resto é paisagem.”
Dante Milano

“Todas as mulheres fáceis dizem que os seus maridos são difíceis.”
Sofocleto

“Amo as mulheres, mas não as admiro.”
Charles Chaplin

“Duas mulheres raramente se tornam íntimas, exceto às custas de uma terceira pessoa.” 
Jonathan Swift

“A amizade entre as mulheres é apenas uma trégua nas hostilidades.”
Antoine Rivarol

“É mais fácil reconciliar a Europa inteira do que duas mulheres.”
Luís XIV

“A mulher foi o segundo erro de Deus.”
Friedrich Nietzsche

“São as mulheres que nos inspiram para as grandes coisas que elas próprias nos impedem de realizar.”
Alexandre Dumas

“Para mim só há duas espécies de mulheres: as deusas e os capachos.”
Pablo Picasso

“Uma mulher sem um homem é como um peixe sem uma bicicleta.”
Gloria Steinem

“Só há uma coisa na qual homens e mulheres concordam: nenhum dos dois confia em mulheres.”
H. L. Mencken

“Ser mulher é um negócio dificílimo, já que consiste basicamente em lidar com homens.” 
Joseph Conrad

“Deixemos as mulheres bonitas para os homens sem imaginação.”
Marcel Proust

“As mulheres serão a última coisa que o homem conseguirá civilizar.”
George Meredith

“No amor, as mulheres são profissionais; os homens, amadores.”
François Truffaut


http://www.revistabula.com/160-30-frases-classicas-sobre-as-mulheres/

terça-feira, 1 de abril de 2014