sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Anita Malfatti - A artista e a mulher




Anita Catarina Malfatti
Pintora, desenhista, gravadora e professora brasileira.



Anita era filha de Bety Malfatti (norte-americana de origem alemã) e pai italiano. Estudou pintura em escolas de arte na Alemanha e nos Estados Unidos. Em sua passagem pela Alemanha, entrou em contato com o expressionismo, que a influenciou muito. Já nos Estados Unidos teve contato com o movimento modernista. Foi a primeira artista brasileira a aderir ao modernismo, tendo sido uma das expositoras da mostra, realizada no Teatro Municipal de São Paulo, que fazia parte da Semana de Arte Moderna de 1922.



Em 1917, Anita Malfatti realizou uma exposição artística muito polêmica, por ser inovadora, e ao mesmo tempo revolucionária. As obras de Anita, que retratavam principalmente os personagens marginalizados dos centros urbanos, causou desaprovação nos integrantes das classes sociais mais conservadoras.

Em 1922, junto com seu amigo Mario de Andrade, participou da Semana de Arte Moderna. Ela fazia parte do Grupo dos Cinco, integrado por Malfatti, Mario de Andrade, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia.

Anita deixou mais do que um legado de artes, deixou vivo ideais, que mudaram o rumo da história.





"Eu tinha 13 anos, e sofria porque não sabia que rumo tomar na vida. Nada ainda me revelara o fundo da minha sensibilidade[...]Resolvi, então, me submeter a uma estranha experiência: sofrer a sensação absorvente da morte. Achava que uma forte emoção, que me aproximasse violentamente do perigo, me daria a decifração definitiva da minha personalidade. E veja o que fiz. Nossa casa ficava próxima da estação da Barra Funda. Um dia saí de casa, amarrei fortemente as minhas tranças de menina, deitei-me debaixo dos dormentes e esperei o trem passar por cima de mim. Foi uma coisa horrível, indescritível. O barulho ensurdecedor, a deslocação de ar, a temperatura asfixiante deram-me uma impressão de delírio e de loucura. E eu via cores, cores e cores riscando o espaço, cores que eu desejaria fixar para sempre na retina assombrada. Foi a revelação: voltei decidida a me dedicar à pintura."
(Anita Malfatti)

"É verdade que eu já não pinto o que pintava há 30 anos.Hoje faço pura e simplesmente arte popular brasileira. É preciso não confundir:arte popular com folclore...[...]eu pinto aspectos da vida brasileira, aspectos da vida do povo. Procuro retratar os seus costumes,os seus usos,o seu ambiente. Procuro transportá-los vivos para as minhas telas. Interpretar a alma popular[...]eu não pinto nem folclore, nem faço primitivismo. Faço arte popular brasileira"
(Anita Malfatti)


Representações da artista
  • Na minissérie Um Só Coração (2004), de Maria Adelaide Amaral - Rede Globo, Anita Malfatti, foi representada pela atriz Betty Gofman.
  • "Anita Malfatti" - documentário - Premio Estímulo de Curta-metragem da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo em 2001 - de Luzia Portinari Greggio.

Principais obras de Anita Malfatti
- A boba - A Estudante Russa - O homem das sete cores - Nu Cubista - O homem amarelo


Bibliografia

Anita Malfatti - Tomei a Liberdade de Pintar a Meu Modo Anita Malfatti - Tomei a Liberdade de Pintar a Meu Modo
Luzia Portinari Greggio / Magma

"Tomei a liberdade de pintar ao meu modo" foi o título-desabafo que a própria Anita cunhou para uma exposição realizada por Bardi no Museu de Arte de São Paulo (MASP), em 1955. Era uma tentativa de dar um basta às polêmicas suscitadas em torno de sua trajetória artística. Reproduzindo mais de 140 obras, este é um estudo preciso e polêmico sobre Anita Malfatti. Luzia Portinari agrupou todas as fases da vida de artista, destacando as obras abrigadas em coleções particulares, longe do acesso do público. São retratos, flores, festas populares, paisagens, vilarejos, cenas rurais - pinturas (Muitas inéditas ) que revelam todo o estilo e a arte de umas das principais artistas brasileiras.



Anita Malfatti - A Festa da CorAnita Malfatti - A Festa da Cor
Camargo, Ani Perri / Terceiro Nome

Este livro nos faz companheiros da vida de Anita Malfatti, tornando-nos espectadores da efervescência cultural da Alemanha e dos Estados Unidos das primeiras décadas do século XX e do choque causado pela Semana de Arte de Moderna de São Paulo, em 1922. O modo de lidar com a deficiência física, os mistérios da vida amorosa e a especulada paixão de Anita por Mário de Andrade, temas fundamentais da biografia da pintora, também estão aqui presentes, iluminando ainda mais o retrato desta artista para a história da arte brasileira.

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