(conhecida Eugênia Brandão em 1914, época em que era jornalista)
Jornalista, atriz e diretora de teatro. Eugênia foi uma das pioneiras do feminismo e uma das líderes da campanha sufragista no país. Possuía uma personalidade transgressora, anticonvencional.Neta do Barão de Pitangui, Eugênia nasceu em Juiz de Fora, MG. Conseguiu seu primeiro emprego aos quinze anos, como vendedora da loja de artigos masculinos e femininos Magazin Parc Royal, no centro do Rio. Pouco depois passa a trabalhar como atendente na Freitas Bastos, livraria localizada no Largo da Carioca. Em meios às obras de autores nacionais e internacionais, tomou gosto pela literatura e pelo teatro.
Aos dezesseis anos, encontrava-se totalmente integrada à vida boêmia da cidade do Rio de janeiro, circulava pelas ruas vestida de. Terno e gravata e chapéu de feltro. É dessa forma que se apresenta na redação do jornal “A Rua”, à procura de uma vaga de jornalista. Aprovada pelo bom texto e pela ousadia, sua contratação provoca espanto e admiração em uma sociedade até então acostumada a ver o sexo feminino representado na imprensa apenas por poetisas, cronistas, folhetinistas e ensaístas. O reconhecimento dos colegas, dos jornais concorrentes e do público, que passa a defini-la como a "a primeira repórter do Brasil". Antes de casar-se e abandonar temporariamente a profissão, Eugênia circulou ainda pelas redações de “A Notícia” e “ O País, outros dois célebres jornais da época.
Casada com o poeta e escritor Álvaro Moreya, desempenhou com ele papel importante na renovação do setor teatral brasileiro, organizando campanhas culturais de popularização e trabalhando como atriz, diretora, tradutora, declamadora e posteriormente presidente do sindicato dos profissionais de teatro.
Participou com Álvaro da Semana de Arte Moderna, fundando com ele o grupo Teatro de Brinquedo, cuja intenção era manifestar no teatro as idéias modernistas. A casa dos Moreyra nesta época tornara-se ponto de encontro de boêmios e intelectuais.